Os desafios da habitação em Portugal atingiram um novo patamar em 2024, com a taxa de esforço para comprar ou arrendar uma casa atingindo níveis alarmantes. Segundo dados do idealista, plataforma líder no mercado imobiliário, os portugueses enfrentam agora uma pressão financeira ainda maior para garantir um teto sobre suas cabeças.
Para aqueles que buscam comprar uma casa, a situação tornou-se particularmente difícil. A análise revela que em março de 2024, a taxa de esforço nacional para a aquisição de uma habitação aumentou significativamente, atingindo os 68%. Isso significa que os compradores precisam comprometer quase sete décimos dos seus rendimentos para suportar os encargos associados à compra de uma casa. Este aumento de 8 pontos percentuais em relação ao ano anterior reflete um cenário onde os preços das casas continuam a superar largamente o poder de compra das famílias portuguesas.
Por outro lado, o cenário para quem procura arrendar também não é menos desafiador. A taxa de esforço para arrendamento disparou para os 81%, representando um aumento de 10 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Esta tendência é observada em várias cidades do país, onde o peso das rendas está a consumir uma fatia cada vez maior dos salários.
Analisando as diferentes regiões do país, constata-se que 13 das 20 capitais de distrito apresentaram um aumento no esforço necessário para arrendar uma casa. O Funchal destaca-se como a cidade onde esta taxa mais aumentou, exigindo agora que as famílias destinem 93% dos seus rendimentos para suportar a renda.
Para aqueles que aspiram a comprar uma casa, a situação não é menos preocupante. O aumento dos preços das habitações é evidente em todas as capitais de distrito, exceto em Ponta Delgada. Em cidades como Faro, Funchal e Lisboa, a taxa de esforço para a compra de casa ultrapassa os 100%, o que significa que os rendimentos familiares não são suficientes para cobrir os encargos associados a um crédito habitação padrão.
Este cenário reflete não apenas a escassez de habitação acessível em Portugal, mas também a disparidade entre os salários e os preços no mercado imobiliário. Com o custo da habitação continuando a subir, as preocupações com a acessibilidade habitacional tornam-se cada vez mais prementes, exigindo ações urgentes por parte das autoridades e intervenções no mercado para garantir que todos tenham acesso a habitação adequada a preços razoáveis.