As casas de luxo estão com forte procura e não é só em Lisboa e Algarve. O Porto também está a despertar o apetite dos investidores. Os brasileiros são, neste momento, os mais ativos na procura de imóveis premium. “É a nacionalidade que mais cresce”, frisa Miguel Poisson, diretor geral da Sotheby’s Portugal, imobiliária líder no setor do luxo. “E está-se a assistir à entrada de nacionalidades que vão ser muito importantes no futuro, como os norte-americanos e os indianos”. Os brasileiros estão a ser empurrados para outras paragens pela difícil situação económica e a insegurança permanente que se vive no Brasil. A língua comum e uma cultura próxima, associadas à segurança que se regista em Portugal e ao status de ser um país europeu, têm ditado esta escolha. Ainda assim, e nas contas da Sotheby’s, os franceses continuam a liderar a compra de imóveis de luxo, seguidos dos ingleses. Uma fatia de 70% de estrangeiros A Sotheby’s registou em Portugal “um ano muito, muito positivo”, estimando encerrar o exercício com um valor de vendas da ordem dos 300 milhões de euros, o que a confirmar-se significa um crescimento de 11% face a 2017, afirma Miguel Poisson. Venderam-se mais casas, mas também o preço dos imóveis aumentou, sendo que o valor médio das operações da imobiliária situou-se, este ano, nos 900 mil euros. Os estrangeiros representam 70% da carteira de clientes. A Sotheby’s Portugal foi a filial número 1 em toda a zona Europa, Médio Oriente, Rússia, Índia e África. A Louvre Properties está já a olhar para o Porto e afirma que o seu objetivo “é posicionar-se como player nacional” e estender o negócio aos segmentos da segunda habitação e turismo. Talvez porque “a procura está claramente acima da oferta”, como sublinha Miguel Aguiar, a Louvre sente que “os preços estão a subir mais rapidamente que em Lisboa”. Contudo, “ainda estão abaixo das grandes cidades europeias”, recorda o responsável da KW Business. Para Miguel Poisson, “o Porto teve um desfasamento temporal face a Lisboa, mas agora está em plena ebulição, com a entrada de muitos investidores e promotores”. No próximo ano, a procura por imóveis de luxo não deverá abrandar, embora os preços tendam a estabilizar principalmente em Lisboa. “É expectável que se mantenha a procura, que Portugal beneficie da notoriedade conseguida”, diz Miguel Poisson. E para responder a este ambiente de confiança, a Sotheby’s está já a desenvolver um programa de recrutamento de 50 pessoas para integrar em 2019. Fonte:https://casa.sapo.pt/Noticias/Brasileiros-dispostos-a-pagar-900-mil-euros-para-viver-em-Portugal/?ID=25921