Quando chega a altura de comprar casa, muitas vezes a decisão entre adquirir uma nova, usada ou mesmo construir de raiz torna-se difícil de tomar, dado que todas as soluções têm os seus prós e contras. Nada será mais personalizado do que uma habitação construída de raiz, mas será que vale a pena toda a despesa e tempo gasto em burocracia? Descubra, neste artigo, quanto custa construir uma casa. Pese embora pareça que construir uma casa tem um custo muito elevado – no fundo, estamos a falar de mão-de-obra, tempo, escolha dos materiais, etc. -, a verdade é que até pode ficar mais acessível do que uma habitação nova e, pelo menos, está completamente personalizável ao seu gosto. Se deseja construir uma casa de raiz e necessita de financiamento, note que a solução financeira mais adequada é o crédito habitação com a finalidade “construção”. Este empréstimo funciona por tranches, na medida em que o montante disponibilizado vai sendo entregue à medida que a obra avança. Note que, para ser aprovado neste tipo de empréstimo, terá de possuir um projeto de construção aprovado pela Câmara Municipal, a Licença de Construção e ainda um orçamento com uma estimativa aproximada do custo total. Para perceber quanto custa construir uma casa, há que ter em conta 5 grandes fatores. #1 – Não há casa sem terreno Pois bem, para construir uma casa de raiz vai precisar sempre, em primeiro lugar, do terreno. Este é o primeiro grande investimento deste projeto e deve ser bem ponderado, uma vez que, se o terreno não for adequado à partida, poderá precisar de investimento adicional para resolver problemas como lençóis de água, corrigir declives (o que envolve movimentação de terras), entre outros. Convém ainda que o terreno esteja inserido numa área autorizada para construção e que naturalmente já esteja com ligações a linhas de tensão elétrica e saneamento básico. Caso o terreno não possua estas infraestruturas básicas (o que normalmente até acontece com áreas que não estão loteadas), terá ainda de contar com este custo extra. Qual a diferença entre um projeto “chave na mão” e construir uma casa de raiz? Para quem deseja construir uma moradia, mas não tem disponibilidade ou não deseja tratar de todo o processo sozinho, a solução “chave na mão” pode ser muito apelativa. Basicamente, com esta opção o cliente pode escolher o terreno no qual pretende ter a sua futura casa, qual o tipo de construção que prefere e o próprio projeto de arquitetura. A empresa que estiver por detrás do projeto trata de tudo, inclusive das licenças necessárias. #2 – Atente na localização Ao nível do preço, é claro que a localização geográfica terá muita influência. Um terreno perto da praia e de uma cidade (especialmente se for perto das áreas metropolitanas do Porto e Lisboa), por exemplo, será, à partida, mais caro do que um que seja completamente situado num meio rural interior e que não tem tantas acessibilidades. #3 – Qual será o tamanho da habitação? Naturalmente, quanto maior for a habitação, mais elevada será a despesa associada, a não ser que escolha sempre materiais mais baratos, o que, no fundo, até poderá não ser a melhor decisão a pensar no futuro (pois materiais mais baratos podem não ter longa durabilidade e têm de ser substituídos mais cedo e mais vezes). Ainda assim, mesmo que selecione materiais mais acessíveis, o tamanho da moradia poderá sempre influenciar o custo final, uma vez que uma habitação maior implica não só mais materiais como um esforço mais elevado em mão-de-obra e, consequentemente, um maior número de horas de trabalho. Optar por uma casa pré-fabricada também pode ser uma solução para quem precisa de uma habitação mais acessível em termos de preço e que não demore muito tempo a construir. #4 – Ter em consideração a mão-de-obra necessária para construir uma casa Construir uma casa envolve o trabalho conjunto de muitos profissionais e pode ser desgastante ter de ser o consumidor a procurar um empreiteiro, um engenheiro civil, um canalizador, um pintor, um eletricista e todo o resto de profissões que são inerentemente necessárias à construção de uma casa. Se porventura escolher entregar o seu projeto a um construtor ou mesmo a uma empresa especializada nesta área, não gastará tanto tempo a procurar. É uma questão de solicitar um orçamento e ver se lhe compensa. #5 – Quais são as licenças necessárias? O facto de comprar um terreno não significa que possa usar e dispor livremente da área abrangida. Existem regras legais a respeitar neste âmbito. Antes de avançar com a construção deve, de acordo com o artigo 14º, alínea 1, do Decreto-Lei nº 555/99, “(…) pedir à Câmara Municipal, a título prévio, informação sobre a viabilidade de realizar determinada operação urbanística ou conjunto de operações urbanísticas diretamente relacionadas, bem como sobre os respetivos condicionamentos legais ou regulamentares, nomeadamente relativos a infraestruturas, servidões administrativas e restrições de utilidade pública, índices urbanísticos, cérceas, afastamentos e demais condicionantes aplicáveis à pretensão”. Portanto, será a Câmara Municipal que avaliará a viabilidade de construção, uma vez que qualquer terreno no qual a construção de uma casa seja permitida tem de estar classificado como tal no Plano Diretor Municipal. Terá de entregar o seu projeto à autarquia, esta fará a devida avaliação e concederá a respetiva licença de construção. Tenha em mente que construir uma casa pode levar anos desde que pensa no projeto inicial até ter tudo concretizado, pelo que esta decisão pode revelar-se, muitas vezes, frustrante e desencorajadora. Pelo caminho irá encontrar obstáculos e imprevistos. Para concluir, o ideal é que, antes de avançar com um projeto como este, avalie quanto custa construir uma casa ao planear todas as despesas, comparando custos e percebendo se compensa ou não face a adquirir uma casa nova, usada ou mesmo através da solução chave na mão. Fonte:https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/quanto-custa-construir-uma-casa-443820#.XNnDNbfrlVY.facebook