Depois de dois anos de negociações, entre Londres e Bruxelas, os líderes europeus deram, este domingo (25 de novembro de 2018), luz verde ao acordo para o Brexit - agora falta passar o crivo do Parlamento Europeu no dia 12 de dezembro. A saída do Reino Unido da União Europeia, após 45 anos, não está de momento a afetar o negócio imobiliário em Portugal, sobretudo, no Algarve onde o cliente inglês é - e continua a ser - bastante forte. E até abre oportunidades de negócio. Dando nota de que houve uma quebra mais acentuada nos meses a seguir ao referendo, mas que depois houve uma recuperação, os profissionais do setor explicam à Lusa que a procura dos ingleses pelo imobiliário nacional regista "altos e baixos" pouco expressivos que estarão relacionados não tanto com o 'Brexit', mas com o aparecimento de novos mercados, nomeadamente o francês. Investimento do cliente inglês tem sido estável "Inicialmente houve uma descida que, no meu entender, foi por uma questão emocional e devido à conjuntura do imobiliário de valorização dos ativos que fizeram com que muitos ingleses vendessem. Mas depois melhorou", explica Luís Lima, citado pela Lusa. Argumentando que não tem dados oficiais relativamente ao ano de 2018, Luís Lima considera que "não há nada que aponte para uma situação complicada". "Não sei o que vai acontecer daqui para a frente, mas o investimento inglês tem-se mantido estável em 2018. (...) Não vi nenhuma saída em bloco dos ingleses do Algarve, eles continuam a comprar e surgiram outras nacionalidades no mercado, na qual se destaca a francesa", precisa em declarações à agência de notícias. Ingleses interessados em ter segunda residência em Portugal O presidente da APEMIP adiantou que muitos ingleses têm feito perguntas "nos últimos tempos" para saber o que podem fazer no futuro. "Muitos ingleses estão a preparar uma segunda residência em Portugal que lhes permita circular na União Europeia, que vão deixar de ter". Questionado sobre o que poderá acontecer após a saída do Reino Unido da União Europeia, Luís Lima considera que a situação tem de ser vista com alguma cautela e sem certezas. "Somos muito cautelosos e depende do que venha acontecer, mas nós temos sempre a hipótese de dar a volta na ótica do imobiliário, pela relação histórica que temos com o mercado inglês. Acho também fundamental que o programa Vistos Gold seja reavivado porque pode vir a ser usado pelos ingleses no futuro", disse. Outros mercados explicam variações no peso dos ingleses No entendimento de Reinaldo Teixeira, as quebras não têm tanto a ver com o 'Brexit', mas com alguns mercados que estavam parados e que voltaram. "Não sinto quebra significativa. Não acredito que os próximos tempos sejam preocupantes a esse nível. Relativamente ao ruído que se criou com o 'Brexit', é nosso dever como empresários e entidades promotoras do país levar a cabo ações ainda mais próximas do mercado inglês", destacou. "Num contexto da nova realidade, o que podemos fazer é: continuar a alimentar a relação histórica e continuar a divulgar. A situação do 'Brexit' não é um fator de distanciamento, muito pelo contrário é de proximidade", remata. Fonte:https://www.idealista.pt/news/financas/investimentos/2018/11/26/38020-brexit-aprovado-imobiliario-no-algarve-continua-em-alta-com-mercado-ingles